quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Empreendedorismo social: Uma nova visão de ser empreendedor

Empreendedorismo social: Uma nova visão de ser empreendedor.

“A solidariedade que produz ajuda assistencialista representa fantástico processo de imbecialização.” Demo (2002, P.40)

Constata-se que a nomenclatura empreendedorismo social é nova e nasceu no cenário da década de 90, antes do crescimento da problematização social, da redução de investimentos públicos nas áreas sociais, do crescimento das organizações do terceiro setor e da participação das empresas em investimento e nas ações sociais.
O conceito de empreendedorismo social está em fase de disseminação, sinalizando o diferencial social na formação tradicional empreendedora. Sua configuração pode ser nova, mas a sua essência já existia há muito tempo ( Ao se levar em consideração Luther King e Gandhi,entre muitos como empreendedores sociais ).

Decorrente de suas capacidades de liderança e inovação no âmbito social, o empreendedor social, segundo Gregory Dees (2003), 

 “(...) São empreendedores com uma missão social. o empreendedor social tem o papel de agente de mudança no setor social.”    
    
 Nesta visão, a noção de empreendedor não atribui um valor economicista, pelo contrario como o próprio termo aponta sua preocupação é o social, ou seja, fincando nas questões da sociedade e das relações sociais. 
E é justamente neste contexto que empreendedores sociais atuam com seus grupos,iniciativas, projetos e organizações.

Podendo ser apontadas segundo o mesmo autor cinco características básicas aos empreendedores sociais, são elas:

·       *   Missão de gerar e manter valor social;

·       *   Reconhecer e buscar implacavelmente novas oportunidades para servir a tal missão;

·        *  Engajar-se num processo de inovação, adaptação e aprendizado continuo;

·         * Agir arrojadamente sem se limitar pelos recursos disponíveis;

·         * Exibir um elevado senso de transparência para com seus parceiros e público e pelos resultados gerados.

Ao observar tais características pode-se perceber melhor as diferenças entre o “ser protagonista” e o ser “empreendedor social”, e até estabelecer alguns pontos que evidenciam tais diferenças.

Uma das grandes características do protagonista social é o seu nível elevado de consciência frente ao mundo e a realidade ao seu redor. Apesar disso, o protagonista não possui necessariamente uma visão social central e explicita na sua vida ,ou na do   seu grupo que seja os caminhos a serem percorridos,como normalmente ocorre com o empreendedor social.
Outra característica relevante deste protagonista é a sua ativa participação na sociedade através dos meios já existentes e nas mais variadas instancias sociais Como (família, bairro, escola cidade etc.)

Já o empreendedor social, além de participar dos meios já existentes de participação, também busca, se for o caso, criar novos meios e maneira de participar e ajudar outras pessoas a também participarem ativamente da sociedade, sempre procurando alcançar sua missão de transformação social.

O protagonista social não necessariamente dedica a absoluta maior parte do seu tempo e de sua energia, inclusive de trabalho, na sua atuação de participação, conscientização e mobilização social. Muitas vezes divide esta atuação com uma atividade profissional paralela, que lhe gere meios financeiros e materiais de sustento econômico.Já o empreendedor social geralmente busca não dividir seu tempo e sua energia em atividades paralelas mesmo que elas ainda assim possam existir em determinados momentos, sua gana é por sustentar suas necessidades materiais básicas através da sua dedicação ás  atividades que levem a sua missão, juntamente com seu grupo, sem pretensão de acumulação material progressiva.

O que se percebe com tudo isso é que todo empreendedores sociais são naturalmente protagonistas sociais sem que o oposto seja necessariamente verdadeiro.
Os empreendedores sociais, além de protagonizarem importantes papeis na sociedade, também buscam provocar verdadeiras mudanças a partir das suas inquietações enquanto seres humanos. 





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