O PODER DO HÁBITO
" Por que fazemos o que fazemos na vida e nos
negócio"
Portas
fechadas, reunião da equipe para decisões estratégicas. Doze colaboradores
olham atentos para o projetor. Após 15 minutos de apresentação, o celular de um
deles emite um som: novo e-mail. O assunto não é relacionado ao trabalho. Ao
contrário, é um aviso sobre as novas promoções do site de compras coletivas.
Porém, bastou o som para que cada integrante olhasse disfarçadamente para seu
Smartphone sob a mesa. O toque foi a deixa para que eles desviassem a atenção
por alguns minutos para o hábito tecnológico do momento. É como se voassem no
piloto automático para conferir o e-mail e as ultimas atualizações no Facebook.
Hábitos como
checar o celular, tomar café após o almoço ou escovar os dentes fazem parte da
nossa vida – cerca de 40% do nosso dia é composto por eles, segundo uma
pesquisa da Universidade Duke, nos Estados Unidos. E boa parte dos nossos
defeitos e qualidades estão arraigados nos hábitos. Mas nem pense em se
conformar e colocar a culpa neles! Segundo o jornalista Charles Duhigg, autor
do livro O Poder do Hábito - Por Que Fazemos o Que Fazemos na Vida e nos
Negócio (Editora Objetiva), o hábito pode ser mudado, desde que o seu
sistema de funcionamento seja entendido.
E foi no
Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), renomado centro de estudos de
tecnologias avançadas, que Charles Duhigg encontrou a explicação de como os
hábitos se formam - e, mais importante, como mudá-los. “No começo, são
escolhas. Depois, é um comportamento automático. Conforme o comportamento se
torna automático, a atividade mental diminui e a pessoa começa a pensar menos
para executá-lo”, explica o autor.
Cada hábito é
uma sequência com três estágios. O primeiro é a “deixa”, o estímulo que
desencadeia o comportamento repetitivo. O segundo é a rotina, o hábito
propriamente dito, que pode ser uma atividade física, mental ou emocional. O
terceiro e último é a recompensa, o que faz valer a pena repetir o hábito
futuramente. “Com o tempo, a deixa e a recompensa vão se entrelaçando até que
surja um poderoso senso de antecipação e desejo”, diz Duhigg.
Para mudá-lo é
preciso entender o que está acionando o comportamento: a deixa. O jornalista dá
um exemplo real de como mudou um hábito que fez a balança subir 3 kg: comer
cookies toda tarde. Primeiro, Duhigg procurou identificar o que o levava até a
cafeteria. O tédio era a deixa para o cookie, e sempre ocorria às 15 horas,
momento que aproveitava para bater papo com os colegas. Resolveu, então, mudar
a rotina. Saiu para dar uma volta em um dia, em outro comeu um doce, e em outro
só tomou café e bateu papo.
Por fim, descobriu que a sua verdadeira recompensa
não era o cookie, mas o momento de descontração com os colegas. Então, manteve
a hora do bate-papo sem doces – e eliminou 5 kg com a substituição! “Sabemos
que um hábito não pode ser erradicado – ele devem, em vez disso, ser
substituído”, diz Duhigg.
Quem já tentou
alterar um hábito antigo sabe que nem sempre é fácil e demanda esforço e
energia. Por isso é importante acreditar que a mudança é possível e buscar
formas de motivação. A percepção de que aquele mau hábito atrapalha algum
aspecto da vida já é um grande passo. Mas é importante assumir o controle e
tentar mudar a situação.
Os benefícios você sentirá rapidamente, seja na saúde
ou na produtividade. E você, o que deseja mudar?